Sem tempo

Tantas vezes me perguntam porque não escrevo mais, porque não os mostro mais, porque não conto mais coisas. Ando sempre num limbo entre a consciência e a falta de tempo. É verdade e não nego: estou em falta, estou sempre em falta. Os meus dias correm mais depressa que as minhas pernas, são atabalhoados, confusos. Não há semana que não dê um aperto de mão a um médico, nem dia que não reajuste prioridades. Nunca eu estou no topo da lista, este meu canto é quando calha, a fotografia está quase sempre e os miúdos nunca de lá saem. Depois tenho sempre aquele encolher de corpo envergonhado quando penso que se podem fartar das histórias tolas da nossa vida e de os ver a toda a hora. Eles são um acrescento, de que não me importo de incluir, da After Click, não o primeiro plano. E embora saiba que, mesmo com os meus medos entraçados, vocês lhes achem graça, infelizmente isso não faz com que eu tenha mais tempo para aqui vir:) Vou tentar, juro que vou sem nenhum cruzar de dedos disfarçado atrás das costas, emaranhar os nossos dias com os vossos e os vossos com o mundo inteiro. […]
Fev 04

Carnaval

Ontem, a meio do dia de filho único forçado, começou a relatar o dia anterior. O que aconteceu, como caiu, o que lhe fizeram no hospital e como se estava a sentir. Fala a mil e gesticula pormenorizadamente. Como sei que a memória prodigiosa o vai fazer lembrar disto (e muito mais) daqui a uns largos anos nem preciso de alargar muito o tema para verificar que o relatos batem sempre certo com os factos. Ao segundo. Apesar de ele já ter ido ao bloco uma mão cheia de vezes, é verdade que nunca lá estive a assistir por isso desconhecia o facto de ser preciso enrolar o corpo com um lençol para que os males fossem minimizados e ele não tentasse defender-se com os braços e fazer ainda pior. Pois que, a meio da dissertação da aventura “espectacularmente fantástica que só os super heróis conseguem” ainda diz, aos saltinhos: – Mãe, ontem adorei mascarar-me de múmia!!:) da saga ‪#‎senãoexistissestinhasdeserinventado‬
Fev 04

Cabeçadas

Bem, não posso dizer que este inverno não está a ser animado. A Assunção a cada par de dentes toma um antibiótico e intercala o feito com tosses e ranhos. Impecável. Coerência é com ela e fica em casa semana sim, semana não. O miúdo até que andava a safar-se de bichos mas não se livrou de escorregar num tapete e os óculos fizeram o resto. Bartolomeu 0 – 1 Óculos. Nunca parti a cabeça. Para dizer a verdade nunca parti nada (só a maquina fotográfica, safaram-se os dentes:)), por isso não fazia ideia do que fazer. A prática em cardiologia não me deu o brevet em cabeçadas, nunca vi tanto sangue em modo torneira e há muito tempo que ele não gritava assim. Paniquei. Parecia um filme. Eu sentada no chão, ele ao meu colo, eu a ensopar compressas e o Lourenço a limpar. Era o mais importante, limpar. O chão, a parede, as minhas mãos e a cara do miúdo. “Não vais assim para o hospital!” Se fosse para um baile era esquisito, para um hospital acho… “o menor dos meus problemas! Pára com isso, homem!!” Acho que ainda me disse duas vezes que se calhar não se […]

Saudades do verão

:: Photo of the Day :: Tantas saudades do verão. Tantas.

Autch

Estatelei-me no chão. Não sei se me ria, se chore. Rio, às gargalhadas. Já tenho lágrimas, até. Bolas, que me dói o joelho. Muito. Não sei se consigo chegar ao destino. Au! Continuo de lágrimas nos olhos. Quem vai ao meu lado também. Gargalhadas com dor é o meu dia-a-dia, nada de novo. Volto à posição inicial e a objectiva abana um bocado. Eu só coxeio. “É psico-somático”, diz-me ela. “Talvez”, digo eu. Continuamos às gargalhadas por duas horas. O “epá, epá, epá” do senhor que me ajudou a levantar é inesquecível. A máquina não foca. Pânico. Deixou de ser psico-somático. E está amolgada em sitios que não podia estar. Afinal dói-me a alma. E um joelho. E um ombro. Mas a alma, bolas, essa precisa mesmo de reparação. E a continuação dela, também.

1+1=2

:: Photo of the Day ::

Dos meus noivos queridos

:: Photo of the Day :: Noivos mais queridos, estes! 

Por Lisboa

:: Photo of the Day :: E se os noivos levassem os convidados a passear por Lisboa? 🙂
Jan 24

5

Nunca sei definir muito bem este dia. Parabéns meu amor maior! 5 anos com o coração a bater mais. Literalmente.

Balanços

Estou em balanço. Dei-me, agora, conta que estou assim há três semanas. Se por “balanço” entendo equacionar tudo à minha volta, pesando, repesando, lendo nas entrelinhas, sim, estou em balanço. Talvez até o esteja todos os dias da minha vida que não a concebo sem medir os estragos ou os brilhos de tudo o que faço. Para este novo ano não fiz pedidos especiais nem uma lista de promessas que sei que não vou cumprir. Quero tudo como está. Mesmo. O único item que escrevi num papelinho e dobrei em quatro dizia: publicar mais. Juro, com todos os meus vinte dedos cruzados, que vou tentar publicar, pelo menos, uma fotografia por dia fazendo com que essa “Photo of the Day” seja o meu “Bom dia!” a todos os que estão desse lado. Enquanto o dia de amanhã não chega sigam-nos no Instagram. Balanço, balanço mas estou sempre em qualquer lado. 🙂 Bom dia! ♥

Quem me dera

Quem me dera. Quem me dera ter este tempo para me dar e para receber. Dou por mim a contar os minutos que sobram entre o trabalho, os banhos e as sopas e sobra uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Tento não me atormentar com isso e que os minutos não tomem conta de mim ou viram, rapidamente, segundos. Sei que os perús não se medem aos presentes nem o xadrez se mede à altura da estrela mas dava tudo para estar em 2016 a gozá-los com o que não tenho agora. Se alguém me quiser oferecer qualquer coisa dê-me um relógio. Pode ser de corda, só lhe dou vida quando voltar a ter a minha. 🙂

Quase, quase.

Estou a uma semana e pouco de entregar todos os casamentos. E o sorriso de orelha a orelha com que estou é a prova de como este verão alargado me aumentou o coração. ♥

Mini Sessões de Natal

Tenho andado longe daqui. Juro que não é por falta de vontade mas os casamentos, as sessões e os miúdos tiram-me tempo. Ou dão-mo que se me tirassem tempo os meus dias passavam a durar 5 minutos em vez de 10 gozados até ao último segundo de forças. 🙂 E apesar de saber que a minha casa fica monoparental sempre que saio e que corro o risco de ter algumas malas à porta quando chego continuo a não gostar que a minha agenda tenha espaços em vazio por isso quero preenchê-la convosco. Há 3 dias, sempre de manhã. Continuo a adorar que ofereçam molduras convosco dentro. Há que poupar o Pai Natal. Já não vai p’ra novo e não reza a lenda que fotografe coisa alguma.

Gravata

8.30 da manhã. O caos instalado em casa. O Lourenço em retoques, a miúda morta de fome, eu com uma perna dentro das calças e a outra aos pulinhos, de cabelo a pingar. Vou ao corredor ver do loiro e vejo-o a passear, calmamente, corredor acima, corredor a baixo de nariz empinado e mãos atrás das costas. Para a frente e para trás enquanto snifava ar. Argh, os nervos que me deu. O caos continuava instalado e o miúdo, o mais lento dos miúdos, em passeatas matinais, que paciência! – O que foi, querido!? Snifava, snifava. – Bartolomeu, o que foi? – Hummm. Cheira-me a gravata. (Ai, a sério! É tão cedo que nem percebo o que ele diz!) – Cheira a quê!? – A gravata, mãe. (P’lo amor de Deus, são 8.30h da manhã, só me cheira a cerelac.) – O que é isso, cheirar a gravata? Mantinha o nariz no ar e as mãos atrás das costas. E snifava. Nisto o Lourenço aparece, o miúdo dá a derradeira inalação ao ar perfumado e grita um “Ahhhh! Já percebi porque me cheira a gravata!” Só espero que nunca lhe cheire a máquina fotográfica. Volta e meia posso enganar-lhe a […]

Something borrowed

Something old, something new, something borrowed, something blue, and a silver sixpence in her shoe. ♥

Maratona Solidária

Estou habituada a documentar os dias mais importantes das vidas de muita gente. Choro muito, rio-me mais, arrepio-me demais. Jurei, mesmo que o mundo caísse, que ia lá estar. Cansada e com as saudades a apertarem dos miúdos por não os ver há mais de 24h. Jurei e cumpri. Queria ser testemunha de tudo o que lhe estava a acontecer. Cheguei meia hora antes de cortar a meta. Passaram-me pela lente dezenas de pernas desconhecidas em lágrimas, com dores e cansados mas não havia um par que não cortasse a meta a rir. Chorei com todos eles, tinha o coração a bater mais que depois de 42 km a dar tudo de mim e faltavam-me as forças. Comecei a ver caras conhecidas e eu, com medo do desfoque da tremura das minhas mãos no desassossego do momento, limitei-me a disparar. Só queria ser, mais uma vez, o espelho que se vê mais tarde. De repente vejo uma nuvem de balões cor de rosa, ela a rir, eu a chorar e a lembrar-me das dezenas de frases que ouvi até aquele dia. Nenhuma tinha sido: “vou acabar na maior”. Acabou na maior. Fraquejou quando sentiu que o caminho acabara mas, nem […]

Boa semana!

Se todas as minhas semanas começarem assim começam muito bem! ‘Bora fazer das segundas, sextas? ♥

Linguagem universal

Estou apaixonada por esta família. Hoje já larguei o chá e as dores no corpo e agarrei-me às imagens. Se a lingua não é universal, o amor é. ♥
Set 21

(re) começos

O meu mural está cheio de mochilas novas, crianças que não sabem ao que vão, mães chorosas e outras esfuziantes com o reescrever do ano lectivo naqueles cadernos novos a cheirar a papel sem tinta. E eu, fechada nestes muros, com duas alminhas enfermas só grito “viva o regresso às aulas!” e não é pelo mesmo motivo das mães que não choram nem pelo abandono das que limpam as bochechas 🙂