Ando a ensiná-lo a não bater. A ele e a mim, que volta e meia saltam-me os dedos ao rabo numa tentativa de educação apressada em fuga a uma troca de verbos. A não bater, a pedir desculpa, a um obrigado agradecido, a rir de si próprio, a dar, a amar, a trabalhar e tudo o que os dias me vão pedindo em testemunho na certeza de que, também eu, os tive em sorte.
E ando a pedir, muito, que nunca seja um daqueles pais. Mais do que a atitude condenável era a certeza de toda uma educação falhada, um prenúncio de resto de vida atribulado. Se algum dia tal acontecer, que não me falhe a memória dos princípios básicos de vida numa sociedade civilizada que a mão, essa extensão de mim que afaga mas também educa, essa tenho a certeza de que não falhará para voltar a educar. E se for essa a sina que lhe corre nas veias a ferver que me perdoe mas não estou a fazer mais que amá-lo.
Mai
14