Quem me dera

Quem me dera. Quem me dera ter este tempo para me dar e para receber. Dou por mim a contar os minutos que sobram entre o trabalho, os banhos e as sopas e sobra uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Tento não me atormentar com isso e que os minutos não tomem conta de mim ou viram, rapidamente, segundos. Sei que os perús não se medem aos presentes nem o xadrez se mede à altura da estrela mas dava tudo para estar em 2016 a gozá-los com o que não tenho agora. Se alguém me quiser oferecer qualquer coisa dê-me um relógio. Pode ser de corda, só lhe dou vida quando voltar a ter a minha. 🙂

Mini Sessões de Natal

Tenho andado longe daqui. Juro que não é por falta de vontade mas os casamentos, as sessões e os miúdos tiram-me tempo. Ou dão-mo que se me tirassem tempo os meus dias passavam a durar 5 minutos em vez de 10 gozados até ao último segundo de forças. 🙂 E apesar de saber que a minha casa fica monoparental sempre que saio e que corro o risco de ter algumas malas à porta quando chego continuo a não gostar que a minha agenda tenha espaços em vazio por isso quero preenchê-la convosco. Há 3 dias, sempre de manhã. Continuo a adorar que ofereçam molduras convosco dentro. Há que poupar o Pai Natal. Já não vai p’ra novo e não reza a lenda que fotografe coisa alguma.

Gravata

8.30 da manhã. O caos instalado em casa. O Lourenço em retoques, a miúda morta de fome, eu com uma perna dentro das calças e a outra aos pulinhos, de cabelo a pingar. Vou ao corredor ver do loiro e vejo-o a passear, calmamente, corredor acima, corredor a baixo de nariz empinado e mãos atrás das costas. Para a frente e para trás enquanto snifava ar. Argh, os nervos que me deu. O caos continuava instalado e o miúdo, o mais lento dos miúdos, em passeatas matinais, que paciência! – O que foi, querido!? Snifava, snifava. – Bartolomeu, o que foi? – Hummm. Cheira-me a gravata. (Ai, a sério! É tão cedo que nem percebo o que ele diz!) – Cheira a quê!? – A gravata, mãe. (P’lo amor de Deus, são 8.30h da manhã, só me cheira a cerelac.) – O que é isso, cheirar a gravata? Mantinha o nariz no ar e as mãos atrás das costas. E snifava. Nisto o Lourenço aparece, o miúdo dá a derradeira inalação ao ar perfumado e grita um “Ahhhh! Já percebi porque me cheira a gravata!” Só espero que nunca lhe cheire a máquina fotográfica. Volta e meia posso enganar-lhe a […]

Linguagem universal

Estou apaixonada por esta família. Hoje já larguei o chá e as dores no corpo e agarrei-me às imagens. Se a lingua não é universal, o amor é. ♥

Dos meus consolos

Têm-me perguntado como têm corrido as injecções da hormona do crescimento. Uma merda! Ah, não se podem dizer palavrões nas redes sociais. Paciência, agora já comecei, vou continuar. Nem sei se é pior ele levá-las se sermos nós a dar. De todas as áreas da saúde em que já temos um diploma aprovado falta-nos passar a uns exames de psicologia. Não posso gastar mais latim a explicar a um miúdo de 4 anos que é para o bem dele. Não posso nem quero porque não irá perceber porque tem que ter dor para ser do tamanho dos pais. Ou do Super Homem ou dos Príncipes da Disney. E não posso pedir que não se zangue connosco. Passámos anos a “autorizar” que lhe fizessem mal e agora, não contentes com isso, somos mesmo nós a fazer-lhe o bem com uma injecção por dia, durante 10 segundos. Adorava ter um capítulo na minha vida que se chamasse “o que não precisa de explicar aos seus filhos” e que nele viessem descritos todos os tópicos proibidos por que uma criança teria que passar. O que me consola é que daqui a 14 anos já só vou chegar-lhe ao peito e agora ainda o consigo […]

Da criação

Foi passar o fim de semana com os avós numa tentativa de descansarmos a alma, mimar a miúda e deixá-lo ser mimado. Para apaziguar os burburinhos constantes e enganar a saudade liguei para saber dele. – Olá mãe! – Olá querido! Então agora atende o telefone do avô? – Sim. – Humm. Onde é que está? – A tomar café. – Ah, está bem. E os avós? – Estão ali a falar com umas criaturas.Comecei o meu rosário de vergonhas a pedir ao Criador que as ditas criaturas não tivessem ouvido a criaturinha e, no caso de algum apuro de audição, não achassem que seria algum mal da criação. Ou quem estava em apuros era eu. tongue emoticon

Nasceu!

Da fragilidade com que nascemos há toda uma parafernália de adjectivos singulares e tão leves como o momento. Da fragilidade com que pegamos em alguém, tão nosso, pela primeira vez, há sempre a dúvida se é mais frágil o que nasce ou o que renasce. Foi mesmo mesmo colado às minhas férias mas não me consigo descolar destas imagens.

Férias

A semana tem passado ao ritmo dos dias. Fugazes enquanto a luz os aquece e demorados nos finais cor de rosa. Andamos a assobiar para o lado até chegar a noite, que de escuridão se fazem todas as dores e ansiamos por aprender a desenhar limites se limitadas temos as vontades. No barulho da existência ainda me vou cruzando com famílias e saindo de fininho deste cheiro a nenuco que se cola à pele, aos olhos e à boca. Por agora só queremos rumar a sul que o norte foi traçado há tempo. Emaranhar areia nos passos e não distinguir o infinito da espuma das ondas. Para a semana voltamos mais fortes, mais leves e mais salgados que o mar precisa do nosso mergulho e nós de sal numa Margarita 🙂 Melhores dias virão, melhores dias virão.

Parede de orgulhos

Tenho, aqui em casa, mesmo à minha frente, uma parede cheia de vocês. Famílias, noivos, crianças, amigas e bebés. Uma espécie de espelho daquilo que sou, que me deixam ser e que quero prolongar para o resto da minha vida. Está a abarrotar de medos, indecisões, inseguranças, defeitos e tudo o que me fez chegar aqui, 2 anos depois. Esta também vai para lá. Para nunca me esquecer que basta um segundo para guardar uma imagem, para sempre, e um prego para segurar tudo o que é bom na minha vida.

Photo of the Day

Passo os dias a pedir-me calma, que Roma e Pavia não se fizeram num dia e tudo tem timmings na vida. Mas não consigo. Não consigoooooooooo.

Em foco

Saudades de sair de casa com um único foco: o de vos focar para não deixar a minha vida tremida com o desfoque que é não vos fotografar. Está quase, está quase.

A luz dos dias

Fossem todos os dias com esta luz e não havia dinheiro para pagar a conta da electricidade da minha bateria nem espaço suficiente para acumular imagens na minha memória. O que me vale é que a bateria se recarrega com o que vocês me dão e a memória se enche com o que eu vos tiro. 🙂

Quero tanto!

Enquanto mordo umas orelhas de chocolate dos vinte coelhos que apareceram por aqui, organizo os vinte discos que me baralham e enchem os dias. Quero muito mostrar-vos o que ainda não viram e quero muito rever o ano que passou. Casamentos, baptizados, famílias e bebes. Há de tudo para me e vos entreter até ser hora de voltar a fotografar-vos. Que saudades! Agora vou só ali pôr uma chucha no meu ovo da Páscoa que está no cesto!