O trabalho no escritório não tem dado muito tempo para me mexer por isso aproveitei que não chovia, pegámos na Assunção e fomos buscar o Bartolomeu à escola, a pé.
– Mãe, o dia foi óptimo.
– Mãe, hoje aprendi os animais do mar.
– Mãe, hoje brinquei com o Manel.
– Mãe, estou cheio de calor.
– Mãe, está frio.
– Mãe, onde vamos?
– Mãe, falta muito?
Sentámo-nos a lanchar.
– Mãe, quero um queque.
– Mãe, posso beber o sumo todo?
– Mãe, vou dar uma festinha aquele cão.
– Mãe, o cão chama-se Cocas.
– Mãe, posso mesmo beber o sumo todo?
– Mãe, tenho mais sede.
– Mãe, ainda tenho fome.
– Mãe, onde vamos a seguir?
– Mãe, quando vamos embora?
Levantámo-nos para vir para casa.
– Mãe, adoro passear.
– Mãe, pode vir aqui?
– Mãe, espere por mim.
– Mãe, mais devagar.
– Mãe, está ali outro cão.
– Mãe, pode dar-me a mão?
– Mãe, olhe isto.
– Mãe, adoro passear com a mana.
Fomos a uma loja.
– Mãe, porque é que parámos?
– Mãe, quando vamos para casa?
– Mãe…?
– Simmmmmmmm!? – Respondo-lhe entre dentes e de cabelos em pé.
– Hmmmmm.
– O que foi?
– Hmmmmm.
– Então?
Encosta-se às minhas pernas no encaixe perfeito da sua pequenez, semi cerra os olhos, põe o ar mais dengoso que lhe conheço, veste o gozão que nele existe e sem mais saber o que inventar diz com o maior ar de macho latino:
– És linda!