Borboletas

Ando com os dias embrulhados. Entre o resto das edições que me faltam, as paginações que tenho que começar e os mails que tenho tenho que responder ainda navego num mar cor de rosa cheio de folhos, rendas, lãs e piqué. Já não sei se edite a máquina de lavar, se pagine os cueiros ou se responda ao Soflan. 🙂 Ando com vergonha dos meus passos e da tira cor de pele que separa as calças da t-shirt. Evito descer os três andares que me levam à sanidade mental por obrigações várias, que a vida é feita de timmings. Ando de olhos cravados no céu na esperança de ser ouvida que ainda tenho um trilião de coisas para fazer antes de me derreter e já tenho borboletas a rondarem a área, que de tanto espaço que tenho ocupado no tronco, já cá não cabem! 🙂
Jan 12

Direitos

Não escondo o ego, em alturas superiores à capacidade que uma segunda feira tem de o abarcar. Não o escondo quando vejo fotografias minhas nas bancas. Deixa-me imensamente feliz, não nego. Mas fico feliz por isso, por ser eu vê-las, nada mais. Só no último mês aconteceu duas vezes. Em Portugal há um estranho costume de só se assinar o que convêm. Não vejo, na imprensa escrita, um só artigo que não tenha o nome do autor, um livro que seja anónimo, um vestido que não tenha associado o nome do criador, uma receita que não tenha o nome do chef. Para o bom e para o mau (que também o tenho) há sempre identidades em (quase) tudo o que conhecemos. Os actores recebem palmas, os jornalistas críticas e prémios pelos textos, os chefs estrelas Michelin, e os fotógrafos? Fotografias publicadas sem créditos. Constantemente. Mas sem elas ninguém veria arte, ninguém veria guerra, ninguém criticaria moda, ninguém babava de ver receitas, ninguém viajaria sem sair de casa, ninguém veria um casamento real ou um real príncipe nascer, ninguém saberia de o nariz era da tetravó, ninguém teria um álbum com a sua vida em 10×15. Só com ela decoramos salas, […]

Para 2015

Fui dar uma vista d’olhos à lista de pedidos para 2014 e a coisa até foi bem conseguida. Concretizei quase tudo. Só o mau feitio infundado vai passando de lista em lista, como se fosse algum produto esgotado do Pingo Doce.Queixo-me muitas vezes das surpresas da vida. Daquelas não desejadas, que vêm num embrulho manhoso e esqueço-me que o melhor presente é o que está sempre para vir! Se fizer barulho, tiver brilhantes e laços farfalhudos, melhor. Este ano desembrulhei vários. Não os pedi, não tinham talão de troca e não os quero devolver, por nada. Recebi os melhores noivos do mundo. Fotografei milhares de pessoas, milhares de sorrisos e juras de amor eterno que de eterno se faz o meu trabalho; Peguei ao colo dezenas de bebés e crianças, tirei-lhes a pinta, consegui-lhes a graça e tiraram-me o folgo; Revi livros para vos entregar o que vos enche as prateleiras e completa a colecção da vida; Recebi em troca tanta escrita corrida e voz entremelada, tão boa. Deram-me a moda. Deram-me A Pipoca Mais Doce para que alargasse a visão da minha vida, lhe desse cor, corte e textura. Caiu-me nos braços num dia 13, de sol e tanto frio. Desde esse dia […]
Dez 23

Felizmente é Natal!

No sábado tive que o acordar à hora da rotina semanal. Ainda meio atordoado pergunta-me se é dia de escola. Relatei-lhe a nossa manhã complicada e disse-lhe que ia ficar umas horas nos avós. Entre o sorriso ensonado, o cheiro a quentinho e os cabelos muitos loiros despenteados fecha os olhos, respira fundo e diz: “Felizmente eu posso!”. Dei uma gargalhada tal que o miúdo se ofendeu. 🙂 Revi todas as frases mais marcantes que me disse só para confirmar que era a mais pirosa 🙂 Era. 🙂 Continuava a ouvi-lo respirar fundo quando, também eu, parei e fixei-o. De repente foi Natal naquele quarto. Eu, alheada da época, percebi que era Natal e quem mo tinha mostrado era ele. “Felizmente eu posso!” É tão isto, o Natal! 🙂 Felizmente eu posso ter um Natal; Felizmente eu posso passá-lo com a minha família; Felizmente eu posso comprar presentes a quem mais gosto; Felizmente eu posso chegar a casa e abraçá-los; Felizmente eu posso ter uma casa; Felizmente vou vesti-lo de xadrez; Felizmente vai ser uma correria; Felizmente posso estar sentada num sofá a escrever ao computador, quentinha. Tantos “felizmentes” que tenho na minha vida! E tantos que não os têm. E saber que o meu […]
Dez 23

X-MAS

Já não aguentava a menina do Disney Júnior a fazer contagem decrescente dos dias que faltam para o Natal. Que nervos! A cada intervalo do Mickey ou do Jake lá estava ela “faltam 8 dias para o Natal!” Ai! Sem a árvore feita e sem presentes comprados estive prestes a mudar para a concorrência porque o canal não consta na lista standard. As ideias já tinha. As bolas e as luzes também. Só precisava de 2 horas para escrever, imprimir, cortar e pendurar. No ano passado imprimi o nosso ano. Dezenas de fotografias nossas para que não nos esquecêssemos que tudo o que nos passa pelas mãos fica tatuado, para sempre. Este ano carreguei-a de propósitos e coisas boas da vida. As frases eram infinitas, o meu tempo é que não! 
Dez 11

Jingle bells

O Natal mata-me. Sem compaixão nenhuma leva-me tudo. O dinheiro, o tempo e a energia. Depois dá-me trabalho em barda. Não é mau mas a juntar a tudo o resto é simplesmente caótico. Cartas já só escrevo as electrónicas. Ou a responder a clientes ou a refilar com a Cuf. O Pai Natal que se ponha a pau que tem concorrência à altura. Não me lembro de escrever tantas ao dito. Luzes só vejo a do sol, pela janela e a do ecrã do computador que me encandeia os dias. Presentes, só o que respondo nas consultas a que vamos ou se chamam o 43 na fila do talho do supermercado. Como sou duas nem acham estranho 🙂 A árvore, coitada, essa ainda está a meio e bolas é o que digo todos os dias quando vejo o dia escurecer. Depois, a juntar à festa, ainda há a propriamente dita, do miúdo. Como se não bastasse ainda me puseram a cozer um fato, caraças. Foi dos diabos encontrar a t-shirt verde. E foi dos diabos mentalizar-me que tinha mesmo que ser virada do avesso ou o miúdo nunca me perdoaria ir com o Minion estampado. Cortei-a simetricamente, cozi golas, cintos e fiz um […]
Nov 25

30

Estou na recta final, mesmo, mesmo a entrar nos 30 (glup!). Nos últimos anos a frase que mais oiço é “mas… ainda não tens 30?” Apressam-se sempre a justificar o abuso de números pela maneira como falo e pelo que digo. É certo que já me passaram pelas mãos o que não desejo a ninguém e (talvez) mais vida que me fez crescer na medida proporcional à minha pequenez. Aprendi a pôr felicidade onde poucos a vêem e a rir sempre que caio, que não há melhor que um batecú, mesmo que na alma. Felizmente o Facebook é só virtual! O que seria ter centenas de outros virtuais a comentarem a minha voz, o meu paleio e a quantidade de caracteres que ponho no discurso dos meus dias! Ao menos, pelo que escrevo e pelo que mostro nunca ninguém me pôs rugas:)

É miúda!

É miúda! Quando engravidei, da primeira vez, tinha a certeza que era um rapaz. Desta estava a zeros. Há 4 anos não sabia o que era ser mãe, cuidar e proteger alguma coisa tão profundamente nossa. Não li manuais, folhas de instruções nem frequentei workshops. Ser mãe é tão nosso que não tinha tempo para tirar notas. Agora vou repetir a dose. Depois de um curso intensivo e exaustivo  estou preparada para o que aí vem. Continuo sem tirar notas que a vida sabe escrever bem melhor que eu mas por sermos do mesmo género talvez lhe consiga explicar que ter um irmão é a melhor coisa do mundo, quando tudo lhe faltar terá alguém, tão igual a ela, que a compreenderá. Talvez lhe explique que há toda uma gama de cor de rosa e que o cabelo encaracolado se penteia melhor molhado. Talvez não lhe consiga fazer ver que folhos com renda é demais. Talvez lhe empreste sapatos, se tiver os pés magrinhos. Talvez lhe diga que crescer é difícil mas talvez lhe esconda que a meta é o melhor dos troféus, quando lá chegar saberá gozá-la como todas as surpresas boas. Talvez lhe diga que não viverá sem amor, que […]
Out 28

Homens…

Tem 3 anos. Não sei se é matéria da escola, se ouviu, absorveu e despejou mas anda obcecado com o género das palavras. Está pró em masculinos, femininos e géneros não identificáveis. 🙂 – O pai é menino, a mãe uma menina, o Babá um menino, o Sete é um cão. O Sete é um cão, o Babá uma pessoa. Pequenina. Dizia eu em repeat achando que não me estava a ouvir… – Uma pessoa? Um pessoo! Sou um pessoo pequenino! Um pe-sso-o! Não te vou contrariar, miúdo. Mas as pessoas não se fazem de género, fazem-se de corações. E, apesar de teres tido um que embirrou com o mundo mal viu a luz do dia, e que não deixa de ser enorme por isso, lamento, mas continuas a ser uma pessoa. Pequenina, é certo, mas uma pessoa! E mesmo que aches que te estão a pôr algum femininismo em cima, deixa lá, miúdo, nunca nenhum Homem se ofendeu por tal palavra. A Humanidade também é feminino e não lhe falta testosterona. 🙂 O género…
Out 27

Com licença.

Já não tenho mais imaginação de como educar esta criança! Há meses que tudo o que faz e em tudo o que mexe diz “com licença”. Vai à casa de banho, com licença, pega num copo, com licença, pede licença a um carro para passar por outro nas brincadeiras infindáveis, senta-se, com licença, levanta-se, com licença, passa por mim 400 mil vezes ao dia, com licença, cruza-se com pessoas na rua, com licença, dá um pum, com licença, põe perfume, com licença, abre uma gaveta, com licença, fecha uma porta, com licença. O exagero era tanto que tive que lhe dizer que não se diz com licença. Ponto. Em circunstância alguma! Não será porque não pede permissão para passar ou fechar uma porta que vão achar que é mal educado. Tantas vezes lhe repeti a frase, já em desespero, que o feitiço de virou contra mim, claro! Com esta criança devia prever todos os cenários mas não me lembrei que um dia pudéssemos ir ao oftalmogista e que a coisa pudesse correr mal. Muito mal.Entrámos na sala semi escura e a médica pede que me sente na cadeira com ele ao colo. Tagarelice pegada dos dois e no gesto mais […]

Mondays

É de gosto comum um especial ódio pelas segundas feiras. A ressaca do fim de semana e a preguiça do regresso às rotinas chatas arrastam-nos os pés, deixam-nos as pálpebras a meia haste e o mood em níveis históricos. Não tenho particular desapego por elas. Dão-nos a fácil esperança de recomeçar do zero a cada 7 dias. O cansaço de uma má semana, o falhanço de prazos, os berros do patrão, os almoços pendurados e os beijos perdidos. A cada segunda feira podemos olhar para a frente, respirar fundo e pensar “Esta vai ser do caraças!”. A minha vai! Bora lá malta!

Ui!

Sei que estou tramada quando alguma situação me ultrapassa e me deixa zonza. Odeio não ter reacção ao que me passa pelas mãos! Tem acontecido vezes de mais com esta criatura maléfica que me leva os verbos, os adjectivos e (até) os palavrões. Não tenho respostas à altura nem à velocidade do furacão que me despenteia e desarruma as ideias diariamente.  Sei que estou (muito) tramada quando me zango, lhe dou uma palmada no rabo gordo e ele, com ar ofendido, levanta o nariz, fecha os olhos, inspira todo o ar que consegue e explode um: – Esta vai doer-me para sempre! Estou tão bem tramada…!
Out 08

Depressa demais

Por trás do ar de anjinho barroco, de cabelo loiro e bochechas rosadas está a criatura mais ligada à corrente no meu universo de gente pequena. Não veio com on/off visível, nem com volume de som ajustável. Apanhasse eu esta carripana em andamento e pedia-lhe boleia na certeza de que alguma coisa na minha vida andava até 40 km/h. Sou tantas vezes atropelada pela velocidade daquela cabeça, pelos esses em perdigotos e pelas palavras caras postas no sítio certo que se me sai outro assim mudo-me para o campo onde só oiço passarinhos e os dias são comandados pelo abanar das folhas. Ah silêncio bom! 🙂 (bora aproveitar que só dura até ás 17h)
Out 01

Pequenez

Odeio esta coisa de um dia ter areia nos pés e sal na boca e no outro andar a empurrar carrinhos aos encontrões à procura de lápis xpto, cartolinas com cores que nunca ouvi, materiais que nunca usei em 15 anos de artes e tesouras de bicos redondos, pegas ergonómicas e cores que compensem o trabalho que vão dar. Como se não chegasse ando hà noites à volta de etiquetas e etiquetinhas, canetas de acetato e bordados para não trocarem, na escola, o que tanto trabalho me deu a regatear vários últimos artigos com tantos outros pais que preferiam estar no corredor das bebidas a escolher a cachaça para gozar os últimos dias do mês e a neura de voltar às rotinas. Tudo para não ter uma criança chorosa porque o outro Bartolomeu, da sala do lado e com a mesma cor de bibe, lhe levou as calças ou pior, as canetas xpto que tanto me custaram a encontrar. Em vez do nome próprio que mandei bordar em todo o lado, achando que bastaria, passei uma noite a escrever apelidos porque todos os Bartolomeus com 3 anos têm pais que escolheram a mesma escola, na mesma zona, e vá-se lá […]
Out 01

News

Era dia 2 de Janeiro. Chovia a potes e estávamos exaustos da correria da última semana. Acho sempre que o início do ano é bom para listas de coisas a resolver e sonhos a pôr em prática. Resolvi mandar para o ar um: “e se tivéssemos mais um bebé?”. Não sei se a cara que vi era do cansaço ou do susto.  Sussurra: “Porquê?”. Também me tinha feito a mesma pergunta infinitas vezes antes de a fazer. Porquê? Porquê passar pelo risco de nos acontecer tudo outra vez? Saiu-me um: “Porque merecemos passar por um processo normal, porque deve ser bom ter um bebé sem complicações e porque, acima de tudo, o B merece um irmão. Quando não sobrar mais nada têm-se um ao outro.” Não sabemos o que aí vem, nem como vem. Não queremos saber! O que vier é nosso e assim será, para sempre. Não há coragem sem medo e que nunca nos falte nenhum dos dois. Estamos vivos! Os 4! E felizes, tão felizes  | 14 semanas |
Out 01

Ericeira

Este é o Senhor Carlos. O do boné  É banheiro no Sul há 3 anos. Conhecem-se de toda a, curta, vida do B. Passeiam de mão dada, abraçam-se, na sesta tapa-o e passa-lhe a mão no cabelo, apanham pedrinhas e procuram as mais estranhas conchas, trata-o por “meu menino” e o outro apresenta-o a toda a gente como “Sinhô Cámos”. Vai apanhar caranguejos e “caramões” porque o mariquinhas não adora aquelas águas geladas e barulhentas. Sempre que o vento dá um ar de sua graça aparece com um pára vento para o seu menino não despentear os cabelos loiros e os cabelos loiros parecem um catavento à procura do seu amigo de toldo  Não sonho que o meu menino seja banheiro. Mas também não sonho que seja outra coisa arquitectada por mim. Sonho mesmo é que continue a assim, a fazer amigos como o “Sinhô Cámos”, para a vida, sem complexos, sem superioridades, só com a certeza que a mais pura das amizades é aquela que começa com um sorriso e um “Olá”. 
Jul 08

Fim de ano

Ainda não lhe contei que vai mudar de escola, de professora e de amigos. Mas também ninguém me disse que ser Mãe é do caraças e que estas mudanças iam dar cabo de mim! Estamos quites! 🙂
Jul 01

“Ôbigada!”

Há uns tempos precisou de ir fazer análises e um rx. Preparei a coisa como se fosse um programão, antecipando as 3 horas habituais de picadelas para o (in)sucesso da coisa. Disse-lhe que íamos de metro, que era espectacular, que ia passear comigo e no fim ainda comia um bolo. Não, não o enganei.  Acabei a descrição com um “depois vamos ao médico”. Soltou um “Boa!”.  Chegámos á clinica e estava eufórico, a primeira viagem de metro tinha sido memorável! Chamaram-nos para o Rx. Faz todo o corredor a dançar, entra na sala semi escura, só com uma luz, em lusco-fusco, acessa em cima de uma mesa e achando que estava a entrar num palco, abre os braços e diz: “Oláaaaa! O Babá chegouuuuu!” Desilusão total. A sala estava completamente vazia. Valeu-lhe uma sala de espera cheia, atrás dele, às gargalhadas. Voltámos para a plateia que só faltou pedir autógrafos. Ele, com uma mão no peito, outra atrás das costas, os olhos fechados e o corpo semi dobrado agradecia como se tivesse no circo. Esperámos 10 minutos e chamaram-nos para a sala das análises. Se ele, coitado, não sabia ao que ia, já eu tremia por ele. Entrámos e pediram-me para o sentar […]

Acessórios de vida

Tenho andado meia out. Esta vida louca é tramada mas tão boa! Ando dividida entre as surpresas alucinadas que me deixam fora de mim, zangada e a transbordar de dúvidas e as certezas de que o amanhã será para lá de espectacular para cada um de nós três. Já falei tantas vezes dos meus últimos três anos. Dois de angústias, preocupações e medos. Tantos! E um de alívio. Já escrevi aqui o que senti e o que é ver um filho desaparecer do nosso campo de visão, sem controlo, sem decisão e sem querermos. Ver a nossa extensão, o seguimento dos nossos pés, mãos e coração a sofrer. Foram os dois anos mais difíceis da minha existência. Talvez ainda passe por muita coisa mas tenho a certeza que nada vai chegar aquele extremo. Inevitavelmente qualquer coisa nova que se atravesse no meu caminho é razão para começar aos palavrões do mais baixo que se lembrem. Não quero mais médicos, mas exames, mais hospitais. Mas temos as linhas das mãos bem vincadas na pele. Quando me disseram que tinha que usar óculos. Tremi. Acho (…) que chorei. Dei como desculpa ter uma inflamação nos olhos e também eu precisar de ser […]

Ufa!

Antes de me pôr, literalmente, a milhas daqui tenho uma séries de coisas para fazer e temo que não as vá conseguir acabar. E não é daquelas listas tipo “gostava de ir ao Kilimanjaro”. Não. São aquelas coisas que temos mesmo que fazer e que ninguém as faz por nós. Não sei porque carga de água decidi fazer tudo o que me compete até 6ª feira. Talvez o medo do avião me leve a deixar a vida em ordem. Tenho mais de duas mãos cheias de sessões, baptizados e afins para editar, uma sessão de produto e uma de moda para fotografar e uma família à minha espera, já em pose. Este fim de semana não reguei as laranjeiras – é bom que não morram que deitar fora 2 vasos com 75kg cada um vai me dar cabo das costas e foram plantadas há 15 dias -, tenho que fazer sopa, tenho que ir ao supermercado comprar abóbora para a sopa e tenho que ir lavar a bimby para fazer a sopa com a abóbora. Vou-me sentar. Tenho que fazer uma frase “Ser Mãe é” num coração cor de rosa que me mandaram da escola. Sofia, adorei a ideia mas […]