Disney at home

Amanhã começa a minha época balnear de paixões. Os miúdos vão ficar com o meu Príncipe encantado que a Gata Borralheira tem que trabalhar. 🙂 Desde que não andem em cima dos tapetes como a Yasmin, que a minha Lurdes esteve cá hoje, que não vão a casa de desconhecidos como a Bela, que não convidem amigos para dormir em casa à laia da Branquela, que não mexam em agulhas como a Aurora, que não sejam alarves como o Pooh, que a Ariel não vos dê ideias na casa de banho, que não andem às cavalitas do Pai senão acaba-me em Notre Dame, e que não se pendurem nas cortinas que não são lianas, por mim podemos repetir a dose já para a semana. Vá lá, sejam bonzinhos que eu sei que o Pai não adora ser a Mary Poppins! E não sejam Moglis que de selvagem já temos a vida. Já sabem que se tentarem esconder-me alguma coisa não se esqueçam que o nariz cresce sempre e que posso sempre virar bruxa má. Depois não me façam olhos de Gato das Botas. 🙂

Da criação

Foi passar o fim de semana com os avós numa tentativa de descansarmos a alma, mimar a miúda e deixá-lo ser mimado. Para apaziguar os burburinhos constantes e enganar a saudade liguei para saber dele. – Olá mãe! – Olá querido! Então agora atende o telefone do avô? – Sim. – Humm. Onde é que está? – A tomar café. – Ah, está bem. E os avós? – Estão ali a falar com umas criaturas.Comecei o meu rosário de vergonhas a pedir ao Criador que as ditas criaturas não tivessem ouvido a criaturinha e, no caso de algum apuro de audição, não achassem que seria algum mal da criação. Ou quem estava em apuros era eu. tongue emoticon

Nasceu!

Da fragilidade com que nascemos há toda uma parafernália de adjectivos singulares e tão leves como o momento. Da fragilidade com que pegamos em alguém, tão nosso, pela primeira vez, há sempre a dúvida se é mais frágil o que nasce ou o que renasce. Foi mesmo mesmo colado às minhas férias mas não me consigo descolar destas imagens.

Férias

A semana tem passado ao ritmo dos dias. Fugazes enquanto a luz os aquece e demorados nos finais cor de rosa. Andamos a assobiar para o lado até chegar a noite, que de escuridão se fazem todas as dores e ansiamos por aprender a desenhar limites se limitadas temos as vontades. No barulho da existência ainda me vou cruzando com famílias e saindo de fininho deste cheiro a nenuco que se cola à pele, aos olhos e à boca. Por agora só queremos rumar a sul que o norte foi traçado há tempo. Emaranhar areia nos passos e não distinguir o infinito da espuma das ondas. Para a semana voltamos mais fortes, mais leves e mais salgados que o mar precisa do nosso mergulho e nós de sal numa Margarita 🙂 Melhores dias virão, melhores dias virão.
Jun 01

Durante anos irritava-me este dia. Não percebia porque é que depois de tanta tinta nas mãos, cortes nos dedos e cola nos cabelos para, orgulhosamente, dar presentes nos dias do Pai e da Mãe, os patrões não os mandavam fazer o mesmo, com o mesmo empenho e outra dedicação, no dia da Criança. Ficávamos, as três a ansiar, no mínimo, por um rabisco mal amanhado num embrulho não menos ranhoso mas os ditos patrões nunca os dispensaram para 15 minutos de artes plásticas:) Depois fui mãe e o dia passou a ter outra cor. E mais cola e tesouradas e tintas infernais. Não é que cumpra religiosamente as artes que não tenho tempo para esperar que sequem mas tento que haja qualquer coisa de diferente. Hoje não sou eu que lhe dou o presente. De tantos dias sem significado em todo o ano tinha que nos calhar este! Sei que já olho para as coincidências da vida com uma leveza às vezes irritante mas talvez me livre de pensamentos menos católicos, que só rezo para que chegue amanhã:) Hoje vamos passar o dia no hospital. Nada de mais. Melhor: até tem alguma importância o tamanho que qualquer um de nós […]