A Teresa foi da minha turma durante 4 anos. Era das melhores. Copiei por ela tantas vezes os testes, em surdina lhe perguntei a resposta à pergunta 3 (e à 5, à 9, à 12, à 27,…:)) ou o resultado da equação x que ela já fazia paredes com as mãos e escrevia muito perto do papel para os copiões do costume não lhe surripiarem o estudo. Era óptima a jogar futebol. Loirinha, de sorriso fácil e corpo muito magro mas nem por isso deixava de ser uma das miúdas mais fortes. A certa altura fui para o liceu continuar a cabulice, ela ficou no colégio. Fui acompanhando-a de longe e fez-se médica. Vi as primeiras fotos com o namorado, os passeios pelo mundo a paixão pelos carros sempre com o orgulho de a ver continuar grande.
Tenho a sorte de a minha vida dar voltas completas e voltar aos lugares – e às pessoas – que gosto. Voltou mesmo. Felizmente já não preciso de lhe copiar os testes. Sei que ela não ficou chateada de tanto a massacrar em anos de perguntas seguidas ou não me teria escolhido para fazer parte deste dia:)