Ando à procura da melhor palavra para isto mas não tenho encontrado. Não que este sentimento, dúbio, que me domina, nas mais variadas áreas da minha vida, me leve a lado algum. Mas assim estou. Sei que não demorará muito tempo até que toquem os narizes ou se olhem nos olhos sem que nenhum deles tenha que dobrar o corpo. São mais de 4 anos de diferença no calendário que não se vêem no metro. Culpa de um, de outro ou da sorte:) Não são raras as vezes em que chega a casa e em flecha vai confirmar se a irmã não o ultrapassou nas 8 horas em que não se viram. Calçam o mesmo, ela já veste mais. Já tantas vezes lhe disse que a altura não importa, que o tamanho de dentro é que conta e faz de nós maiores. Mas só tem 5 anos. Vai ter que palmilhar muito mundo até que a frase lhe faça sentido. Espero que um dia faça mesmo. Até lá estou eu a folhear todos os dicionários a ver se encontro mais latim para explicar ao russo em português que as injecções que leva todos os dias já não são chinês e […]
Entreguei o Bartolomeu, hoje de manhã, à educadora e virei costas. No reboliço do dia “mais especial do ano” despachou-me com um beijo rápido e foi à vida dele. Estava já à porta da escola e oiço: – Mãaaaaaeeeeee, vim sem cuecas!! Parei, fechei os olhos numa concentração cega de reconhecimento de voz na esperança do semi-nu não ser meu e rezei qualquer coisa rápida que pagasse a vergonha da cena. Volto-me, muito devagarinho, com um só olho aberto e vejo um miúdo moreno e despenteado de olhos esbugalhados e sorriso a meia haste. Dois metros à frente uma sombra de mãe que só desejaria ter tido uma reunião às 8 da manhã que a impedisse de ir deixar os filhos à escola. Caraças! Um beijo enorme a todas as mães que tentam alinhar os chakras com o desalinho dos filhos. Bom dia da criança!:)