Dez 11

Jingle bells

O Natal mata-me. Sem compaixão nenhuma leva-me tudo. O dinheiro, o tempo e a energia. Depois dá-me trabalho em barda. Não é mau mas a juntar a tudo o resto é simplesmente caótico. Cartas já só escrevo as electrónicas. Ou a responder a clientes ou a refilar com a Cuf. O Pai Natal que se ponha a pau que tem concorrência à altura. Não me lembro de escrever tantas ao dito. Luzes só vejo a do sol, pela janela e a do ecrã do computador que me encandeia os dias. Presentes, só o que respondo nas consultas a que vamos ou se chamam o 43 na fila do talho do supermercado. Como sou duas nem acham estranho 🙂 A árvore, coitada, essa ainda está a meio e bolas é o que digo todos os dias quando vejo o dia escurecer. Depois, a juntar à festa, ainda há a propriamente dita, do miúdo. Como se não bastasse ainda me puseram a cozer um fato, caraças. Foi dos diabos encontrar a t-shirt verde. E foi dos diabos mentalizar-me que tinha mesmo que ser virada do avesso ou o miúdo nunca me perdoaria ir com o Minion estampado. Cortei-a simetricamente, cozi golas, cintos e fiz um gorro. Em comparação com o empenho das outras mães que vivem para as aparições públicas dos filhos, o meu duende estava vestido em farrapos, mas também não acho que vá ser preciso uma consulta num divã. No barulho das luzes estava lindo de morrer. Ainda falta a vergonha de todas as mães saberem quem sou, quem é o meu filho e as gracinhas que já todos fazem. Espanto-me sempre como cabe tanta informação numa pobre alma feminina. Já tenho o que tenho não preciso de informação alheia! Fico sempre em pânico a pensar porque sabem tanto. Ou o miúdo é inesquecível, e eu também, ou as miúdas dizem que ele é um príncipe e as mães vêm cuscar o meu FB ou é só mesmo falta do que fazer. Que a há. Enfim, é toda uma época de cansaços. Mas adoro-a, de morte! 🙂

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